domingo, 1 de maio de 2011

Revolução Francesa









No século XVII, ocorreu uma Revolução na América que levou ao nascimento dos Estados Unidos da América. A Inglaterra estava com problemas a nível económico devido à participação na guerra dos 7 anos ,na qual França saiu derrotada, e por isso os ingleses aumentaram os impostos sobre as 13 colónias na América.
Os colonos revoltaram-se contra os ingleses e assim nasceram os EUA. Esta revolução ficou conhecida como uma  revolução precursora por espalhar os ideais por outros países como no caso de França.


Em França a revolução americana foi seguida com muito interesse. A população francesa apoiava os colonos, não só pelo facto de terem dominado os seus inimigos, ingleses, mas também porque eram defensores dos princípios iluministas.
Assim, seguindo o exemplo da América, França, em 1789, iniciou a Revolução Francesa que mais tarde vai afectar todo o mundo ocidental, nos finais do século XVIII.

As causas da Revolução Francesa foram sociais, económicas e politicas.


Em termos sociais a população era hierarquizada e dividida em grupos privilegiados e não privilegiados. O primeiro estado era o clero que estava dividido em baixo clero ( monges e párocos ) e alto clero ( bispos e abades ). O segundo estado era a nobreza que ou era nobreza de sangue ( elementos descendentes de famílias tradicionais nobres ) ou nobreza de Toga ( burgueses que pelos seus conhecimentos se tornaram funcionários do rei ). Estes dois grupos eram privilegiados. O terceiro estado era constituído pelo povo e pela burguesia e era um grupo não privilegiado.

Em termos económicos predominava a agricultura e os camponeses trabalhavam nas terras das ordens privilegiadas, submetidos a um regime feudal. A França estava em crise, a agricultura não dava para sustentar os abusos do absolutismo e para agravar a situação houve uma crise agrícola devido aos maus anos agrícolas que originou a subida dos preços, aumento do desemprego...

Em termos políticos França era uma monarquia absolutista, cujo rei era Luís XVI. este regime era oposto às ideias iluministas.

Na tentativa de superar esta situação o Estado francês determinou um agravamento dos impostos, que passariam a ser pagos, também, pelos membros do clero e da nobreza. Esta medida causou conflitos pois estes grupos não queriam perder os privilégios. Por isso Luís XVI viu-se obrigado a convocar os Estados Gerais para encontrar uma solução. No dia 5 de Maio de 1789 os Estados Gerais reuniram-se em Versalhes para discutir a forma como deveria decorrer a votação. O terceiro estado defendia que a votação deveria ser feita por cabeça, isto é, um voto por cada deputado, enquanto que os grupos privilegiados defendiam a votação por cada ordem. Como não conseguiam chegar a um acordo, os representantes do terceiro estado ( burgueses ), reuniram-se na Sala de Péla  e representando 98% da população, declararam-se Assembleia Nacional. Com isto o rei ordenou aos privilegiados que se reunissem com o terceiro estado, ficando, assim, a assembleia a designar-se por Assembleia Nacional Constituinte com o objectivo de elaborar uma constituição.



Bastilha
O rei dissolveu a Assembleia Nacional Constituinte e ordenou cerco à cidade de Paris. O povo, descontente, apoderou-se da prisão da Bastilha, que era um símbolo da monarquia absoluta pois era nesse local que se encontravam presos os que contestavam o regime. Mas a Assembleia Nacional Constituinte reiniciou os trabalhos e apresentou um conjunto de medidas que punham em causa o Antigo Regime e prejudicavam as ordens privilegiadas. Algumas medidas eram: extinção dos direitos feudais, aprovação da Constituição de 1791 ( a qual institui uma monarquia constitucional ) e a elaboração da Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão ( um documento com base nas ideias iluministas que defendia a igualdade entre todos e o cumprimento dos direitos individuais ).





A monarquia constitucional não conseguiu estabilizar a situação francesa e por isso tinha vários problemas internos. O clero e a nobreza estavam insatisfeitos com a perda de poder e o povo estava cansado de viver na miséria. Para acrescentar a estes problemas, países como a Áustria e a Prússia, temendo a propagação dos ideais revolucionários atacaram a França. 
Grupos radicais como jacobinos mobilizavam a população e os sans-culottes protestavam acusando o rei de se ter unido à Áustria.
Robespierre
Luís XVI foi preso ao tentar fugir do país e os jacobinos instalaram uma nova assembleia - Convenção Nacional eleita por súfragio universal.
A primeira medida da convenção foi instituir uma República. Em 1793 Robespierre, assume a direcção do governo e inicia aquele que ficou conhecido como " o período do terror " pois muitas pessoas foram perseguidas e mortas na guilhotina. O rei e a rainha acusados de trair a pátria foram condenados à também guilhotina.
Em 1794 Robespierre e muitos dos seus apoiantes foram condenados à guilhotina pelos burgueses que dominam a Convenção. O poder executivo é entregue a um Directório.







O Directório era incapaz de solucionar os problemas do pais e a população considerava que só alguém com experiência militar poderia salvar o país. Nos confrontos com Áustria destaca-se Napoleão Bonaparte com grandes ambições politicas que aproveitou a sua popularidade e assumiu o governo de França em 1799.
Este ocupou o poder durante 15 anos e desenvolveu medidas: modernizou a França consagrando as liberdades individuais, criou um banco e uma moeda ( franco), reformou o ensino e desenvolveu apoios à agricultura, à indústria e ao comércio. Ao nível externo, implementou uma politica expansionista, com o objectivo de dominar quase toda a Europa.



Napoleão Bonaparte

A mensagem da revolução foi Liberdade, Igualdade e Fraternidade e ecoou por todo o mundo.
As politicas da Revolução francesa foram: respeito pela liberdade, derrube dos regimes absolutistas, fim da sociedade de ordens, consagração do direito de cidadania ( um Homem é considerado um cidadão, com direitos e deveres próprios), introdução da soberania popular e instituição da igualdade.









Os filmes A queda da Bastilha, Danton e Maria Antonieta retratam um pouco da realidade da revolução francesa.
Está aqui o trailer do filme Maria Antonieta



quinta-feira, 17 de março de 2011

Revolução liberal Portuguesa


Este video não é da minha autoria.

Revolução Liberal Portuguesa






Entre 1807 e 1810, Portugal sofreu três invasões dos exércitos franceses ( A Revolução Francesa ), em consequência da sua antiga aliança com os Ingleses. Os portugueses mantinham boas relações económicas com Inglaterra e como França estava em guerra com este país, Napoleão Bonaparte organizou três campanhas militares contra o território nacional que foram travadas com a ajuda dos ingleses.Com as invasões napoleónicas, a família real portuguesa, receosa de ser feita prisioneira, parte para o Brasil e instala-se no Rio de Janeiro. Com isto o exército português era controlado pelos britânicos, o que causava algum descontentamento. 

Em Lisboa foi criado o "Supremo Conselho Regenerador de Portugal e do Algarve", integrado por oficiais do Exército e Maçons, com o objectivo de expulsar os britânicos do controlo militar de Portugal, promovendo a "salvação da independência" da pátria. 


Manuel Fernandes Tomás
A primeira tentativa de revolta deu-se em 1817  liderada pelo General Gomes Freire de Andrade que tentou instaurar o liberalismo em Portugal, mas foi denunciado. Descoberta a conspiração os responsáveis foram presos e, mais tarde, foram executados. Este procedimento e o facto do comandante e chefe britânico Lord Beresford ser chefe do exército português e regente de Portugal, levou a protestos e intensificou a tendência anti-britânica no país. Passado um ano no Porto o general Manuel Fernandes Tomás, fundou o chamado "Sinédrio", integrado por maçons que visava "afirmar" o Exército Português no país.



Enquanto o comandante Lord Beresford esteve ausente, no dia 24 de Agosto de 1820 deu-se a Revolução do Porto. Na madrugada do dia 24, grupos de militares dirigiram-se para o campo de Santo Ovídio (actual Praça da República), onde formaram uma parada, ouviram missa e uma salva de artilharia anunciou publicamente o levante. Às oito horas da manhã, os revolucionários reuniram-se nas dependências da Câmara Municipal, onde constituíram a "Junta Provisional do Governo Supremo do Reino". A revolução espalhou-se rapidamente, sem resistências, para outros centros urbanos do país, consolidando-se com a adesão de Lisboa. A 15 de Setembro de 1820, um movimento de oficiais, com o apoio da burguesia e de populares, depôs os Regentes e constituiu um governo.

Constituição de 1822



As Cortes Constituintes prepararam um conjunto de leis que derrubava o Antigo Regime: aboliram os direitos senhoriais; nacionalizaram os bens da Coroa; suprimiram a Inquisição; decretaram a liberdade de imprensa; revogaram o direito aos navios estrangeiros de aportarem no Brasil e aí comercializarem directamente. As cortes exigiram também o regresso de D. João VI que chegou a Portugal em 1821 e jurou respeitar a futura Constituição. Em 1822 a Constituição foi aprovada criando assim a Constituição de 1822 e iniciou-se um novo regime político - a monarquia constitucional . A constituição defendia a divisão dos poderes: executivo - rei ; judicial - tribunal ; legislativo - cortes. Ao monarca foi atribuído o veto suspensivo

A constituição tornou o Brasil numa colónia e as cortes de Lisboa exigiram a D. Pedro o regresso a Portugal, mas este recusa tornando o Brasil num país independente no dia 7 de Setembro de 1822, ficando D. Pedro como Imperador deste país.


A morte de D. João VI, em 1826, agravou a situação política do país. A nobreza e o clero estavam descontentes pois a constituição tinha-lhes retirado muitos privilégios e estavam desagradados com o regime liberal. Também a rainha D. Carlota Joaquina e o seu filho, D. Miguel não aceitavam a constituição. 



D. Miguel
Entretanto D. Pedro é aclamado rei em Portugal com o titulo de D. Pedro IV mas abdica a favor da sua filha D Maria II , apenas com sete anos de idade. Como esta era muito nova para governar D. Miguel, seu tio e marido por procuração, fica a reger, e é obrigado a governar segundo as leis liberais do país. 
D. Pedro concedeu a Portugal a Carta Constitucional , que D. Miguel jurou cumprir. Esta nova constituição de 1826 fortalecia os poderes do rei, concedendo-lhe o direito de vetar as leis das Cortes. Contudo os esforços do imperador do Brasil não tiveram os resultados que esperavam: os liberais dividiram-se: uns eram a favor da Carta Constitucional ( cartistas ),  outros a favor da Constituição de 1822 ( vintistas ) e D. Miguel passou a governar como um rei absoluto.
Este período, iniciado com a Revolução de 1820 e conhecido por vintismo, ficou marcado por grande instabilidade política, execuções, perseguições e prisões que deram origem a uma guerra civil entre iberais e absolutistas. 
Mouzinho da Silveira

Depois de várias derrotas, D. Miguel assinou a Covenção de Évora-do-Monte ( tratado de paz ), em 1834, partindo depois para exílio definitivo.

Para que o liberalismo e a monarquia constitucional se consolidassem, foram tomadas medidas legislativas que alteram as estruturas do Antigo Regime. O responsável por estas reformas foi Mouzinho da Silveira ( ministro de D. Pedro IV ). Entre 1832 e 1834 elaborou um conjunto de leis que acabaram com a maior parte do direitos e privilégios feudais e instaurou novas estruturas económicas.